Fiquei na dúvida sobre chamar três páginas grampeadas em uma capa de papel sulfite de ‘livro’, mas finalmente decidi que sim, e o meu primeiro livro fala sobre delphinophilia, que é quando alguém sente atração sexual por golfinhos.
Me interesso muito por perversões de todos os tipos, não apenas sexuais. Perverter é usar para outro uso que não o original, o natural. Com natural quero dizer o que surgiu através de milhões de anos de evolução, e foi desenvolvido pela natureza. Por exemplo: a função dos rins é purificar o sangue, assim como a função dos dos órgãos sexuais é a reprodução da espécie, ao usarmos esses órgãos para qualquer outro fim estamos pervertendo-os.
Segundo o Dicionário Online de Português perverter é, também, desobedecer as regras morais, descumprir as regras de conduta dentro de um determinado aglomerado de pessoas, um grupo social.
Essa definição parte do pressuposto que as regras morais e as regras naturais são a mesma coisa, sugerindo a sociedade como um macrocosmos onde as regras morais são análogas `as regras naturais.
Mas as regras de conduta adquiridas e impostas por uma sociedade são construídas culturalmente, ou seja: variam de sociedade para sociedade, e em geral não abraçam as minorias, excluindo-as da chamada ‘normatividade’. Ainda de acordo com esse mesmo dicionário, moral é sinônimo de pudor, podar-se. Então poderíamos dizer que a normatividade é formada por pessoas que lidam melhor com as regras morais, que tem mais facilidade em adquirir pudores.
E se pensarmos que não existe absolutamente nada de antinatural na evolução dos seres humanos? Que por mais absurda que a humanidade pareça, esse foi o caminho evolutivo que aconteceu para nós. Nós somos puros, no sentido de sermos extremamente humanos, e nada além disso. Somos parte de um efeito em cadeia evolutivo que levou a tudo isso que experienciamos hoje.
As cartilhas de comportamento social tentam domar impulsos ancestrais, mas essas cartilhas tendem a mudar rapidamente, se olharmos da perspectiva evolutiva. E o melhor: ainda é possível ignorá-las. Aliás, acredito ser absolutamente importante ignorá-las.
Perverter é desobedecer, é se permitir olhar além do que está preestabelecido. Em um mundo em que temos modismos que sugerem como devemos ser e nos comportar em todos os momentos da vida, e que o senso comum se espalha como eletricidade dentro da água, ser pervertida é exercer um posicionamento político extremamente necessário.
Quero escrever sobre diversas perversões, mas ainda não sei o que vou fazer com esses textos. Acho que vou juntar todos em um livro que, aí sim, será menos questionável enquanto livro. Ou poderia publicar em algum site, mas sinceramente não encontrei um site brasileiro de conteúdo próprio que me agrade e que ao mesmo tempo possa querer publicar textos sobre sexo entre humanos e cetáceos, ou sobre sujeitos que sentem a necessidade de arrancar membros do próprio corpo, gêmeas siamesas que dividem parte do cérebro… entre outros casos que me fazem gostar da humanidade.
que ótimo tudo por aqui, carol! curti muito e não tenho sugestões porque tô achando tudo ótimo mesmo, e inovador, também.
um beijo :*
Faltou disponibilizar um RSS do site. No mais, show de bola.
oi, franque. obrigada pela dica. coloquei um rss, nunca usei rss, é assim mesmo? funcionou?
Eu acho que você deveria, no auge da sua perversidade à la Amélie Poulain, manter contato comigo: anônimo, assim como você, anônima, para que possamos desenvolver diálogos privados de qualquer tipo de timidez e constrangimento. O que você acha? Poderíamos ser grandes amigos.
eu já não seria anônima, né.
Eu fingiria que vc é.
Adorei!
Admiro muito tua criatividade e iniciativa!
Sugestão:
Deixar recados para os vizinhos.
Adorei o blog e a referência à música CINEMA OLYMPIA. Parabéns!
genial, carol!!
Acho que em apaixonei por uma pessoa que nunca vi na vida
Cara, adorei seu blog! Resolvi sair perguntando o filme favorito de um monte de gente… e meu aproveitamento foi um pouco melhor que o seu… acho que agora tenho filmes pra ver até o ano que vem =D
Vi muita coisa legal aqui que eu adoraria repetir. Sua espontaneidade é genial! Continua que eu vou te acompanhar sempre.. e já indiquei aqui pra algumas pessoas =))
Ah, também te add no face! espero que me aceite depois!
Beijo!
“Ser eternamente o mesmo é insuportável para os espíritos refinados pela reflexão.”
Desafio, “jogue” um pedacinho de poema para alguma pessoa durante seu dia.
Seu blog me faz querer ser e sentir coisas que há um tempo me desliguei. Descobri suas palavras e imagens faz pouco tempo. Quero engolir tudo.
Tenho uma sugestão: dar cambalhotas em um lugar publico. De preferência um lugar onde as pessoas sejam meio travadas. Um restaurante pequeno burguês talvez. Ou numa fila de banco.
hmm… tres interesant..
Adorei o blog. Descobri que já me autoimpus algumas tarefas similares, só prá experimentar coisas diferentes. Então, que foi de simples execução, reparto contigo: mijar correndo.
Dá uma sensação de liberdade tremenda. 😉