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93. construir uma casa

Em um intervalo de cinco dias, as duas gatas que vivem nos arredores da casa onde eu estava morando resolveram ter seus filhos dentro da gaveta do meu quarto.

A família homoafetiva felina, composta por duas mães e sete filhotes, estava muito bem na gaveta – todos os filhos mamando em todas as mães, numa grande piscina de gatinhos – até que descobri que assim que eu saísse da casa, em menos de duas semanas, iria se mudar para lá um pitbull chamado Caio, que adora matar gatos.


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Nos dias que seguiram, o Elliot e eu recolhemos galhos, compramos barbante e pregos e saímos pela vila procurando qualquer pedaço que pudesse servir de telhado.


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Assim como no post número 86, onde considerei que seis páginas de texto poderiam ser chamadas de livro, basicamente porque fiz para elas uma capa, chamar essa mini caixa com telhado de casa é queimar a largada.

Mas tudo bem, porque ela é suficientemente casa para abrigar uma família inteira.


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O plano era instalar a casa no terreno de trás, onde a família poderia viver feliz, fora do território do Caio.

E até onde tivemos controle o plano deu muito certo. A casa é linda, tem mezanino, um sistema coletor de água da chuva, e nos custou apenas 9 reais (que foi o preço do barbante e dos pregos).


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Mas aprendi que o sonho da casa própria é absolutamente humano, e a natureza não está nem aí para mezaninos e coletores de água da chuva. A natureza não tem medo de um pitbull matador de gatinhos chamado Caio. A natureza não tem medo de nada, e só vai.

3 Comentários

  1. pedro disse:

    o conceito de autonomia me parece mais alinhado com a vida do que o de conforto. interessante.

  2. Gilse disse:

    Querida Carol essa atitude é própria de gente sensível , como tu, minha linda! E tb do Elliot,tua alma gêmea ! Ainda bem que está proximo o dia de conhece- lo ! Amo vcs! Bjs

  3. pedro disse:

    sempre achei que o conceito de autonomia me parece mais alinhado com a vida do que o de segurança. interessante.

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